Nesse sentido, uma gestão ágil e transparente deve ser entendida como escuta ativa, em um processo em que as diferentes vozes da comunidade são valorizadas, transformando ideias em decisões compartilhadas. Deve dar ênfase à desburocratização e à descentralização de processos e à delegação responsável de decisões, de forma a respeitar a autonomia e contemplar as especificidades e particularidades das unidades que compõem a universidade.
Uma gestão transparente significa tomar decisões com base em dados e indicadores, no diálogo e na responsabilidade. Transparência não é apenas prestar contas: é garantir que toda a comunidade compreenda e participe da definição dos rumos da universidade.
Transparência externa é igualmente relevante, prestando contas para a sociedade sobre o uso dos recursos públicos que são repassados para a universidade, com ênfase nos órgãos de monitoramento, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público, entre outros.
Os órgãos de monitoramento interno e de conformidade, como a Controladoria, têm um papel fundamental na governança e em assegurar o cumprimento da responsabilidade e sustentabilidade financeira.
Uma gestão transparente envolve garantir a rastreabilidade, a visibilidade e compreensibilidade de processos e de recursos. Envolve igualmente considerar o orçamento da universidade como um mecanismo de escuta em um processo participativo e colaborativo que preserve a autonomia das unidades, museus e institutos especializados, ao mesmo tempo em que contribua para a compreensão e o atendimento dos objetivos comuns da universidade.
Esse modelo de gestão deve preservar o caráter peculiar da universidade, como uma autarquia pública, repelindo a adoção de modelos empresariais de gestão. Sendo uma instituição pública de ensino superior, a USP deve buscar desenvolver modelos próprios de gestão, fundados na colaboração.
Dessa forma, modelos como os de orçamento participativo e de orçamento base zero podem ser adaptados e implementados no ciclo orçamentário da USP. Esses processos orçamentários podem considerar métricas que correspondam às atividades-fim, de modo que se tenha uma alocação mais equânime de recursos entre departamentos, cursos, unidades e campi.
A rastreabilidade de processos de compras deve ser aperfeiçoada. As unidades têm perfis e necessidades particulares que devem ser contempladas; mas é possível centralizar alguns processos de compras de forma a assegurar o benefício de negociar grandes quantidades e diminuir o peso para as unidades.